quarta-feira, 9 de julho de 2008

Seminário "Um Olhar Sobre as Comunidades Negras Rurais Quilombolas do Pajeú"


As portas do Espaço Benvirá/sub-sede do Grupo Mulher Maravilha (GMM) em Afogados da Ingazeira se abriram para acolher antigas e novas gerações de remanescentes de quilombos, nos dias 02 e 03 de julho de 2008. Elas(es) representaram as comunidades de Abelha, Brejo de Dentro e Gameleira (Município Carnaíba); Queimada dos Felipes (Iguaracy); Gia (Quixaba); Queimada de Zé Vicente (São José do Egito) e Águas Claras e Alagoinha (Triunfo); Leitão do Umbuzeiro (Afogados da Ingazeira). Infelizmente, representantes Jiquiri (Afogados da Ingazeira) não estiveram presentes por falta de condições de acesso. No total, de 320 famílias atendidas são atendidas pelo Grupo Mulher Maravilha na região do Sertão do Pajeú.
O tema do Seminário foi “Um Olhar Sobre as Comunidades Negras Rurais Quilombolas do Pajeú”.
Desde 2003, o Grupo Mulher Maravilha realiza ações com as temáticas: geração (jovens), gênero, raça/etnia em parceria com Projeto Dom Helder Câmara (PDHC). O objetivo principal do evento foi a reafirmação e complementação do perfil (histórico) de cada comunidade.
O congraçamento de gerações foi muito valioso para relembrar e repassar fatos vividos e até emocionantes que as pessoas mais antigas (idosas) colocaram na memória das mais jovens. A (re)elaboração do perfil das comunidades será publicada para dar-lhes visibilidade e empoderamento, favorecendo a elevação da sua auto-estima e a força na luta pela auto-afirmação coletiva e individual e o reconhecimento oficial dos seus direitos principalmente no que se refere à questão fundiária, à luz da justiça social, da liberdade e eqüidade étnico-racial na perspectiva de gênero.

Ações Afirmativas do Grupo Mulher Maravilha


Outro ponto importante do Seminário foi a avaliação das ações afirmativas do Grupo Mulher Maravilha junto a essas comunidades.
Utilizando-se a dinâmica da Linha do Tempo e do Varal da História, as(os) representantes das comunidades foram unânimes em afirmar que as ações educativas realizadas pelo GMM mudaram a visão e a perspectiva étnico-racial das(os) negras(os) quilombolas. Inúmeras pessoas afirmaram que a partir do trabalho do GMM passaram a ter consciência e orgulho do valor e da importância de sua história, de sua raça, de sua cor, de sua negritude.
Durante o Seminário foram enfocados alguns pontos sobre o cenário político nacional e refletidos aspectos de cidadania e democracia. Foi exibido o filme “Os Narradores de Javé”, facilitando algumas reflexões político-sociais relacionadas às suas lutas nas comunidades.
Por tanto, foi muito valiosa a presença das pessoas idosas no Seminário para o resgate do perfil histórico das comunidades quilombolas e das pessoas jovens para tomar nas mãos o bastão da história e da luta por reparação e das perdas e pela garantia de todos os direitos humanos.
O Grupo Mulher Maravilha se sente confortado e fortalecido por contribuir e apoiar a organização das comunidades negras rurais quilombolas do sertão do Pajeú e a formação de grupos de mulheres e de jovens para que se reconheçam capazes de (re)escrever sua história cantando uma canção de liberdade e de justiça.
Parabéns comunidades negras quilombolas do sertão do Pajeú!


Nenhum comentário: