sábado, 1 de setembro de 2012

O Grupo Mulher Maravilha e o Movimento Nacional de Direitos Humanos – MNDH PE - Celebraram o DIA NACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS no Sertão do Pajeú



O Grupo Mulher Maravilha (GMM) e o Movimento Nacional de Direitos Humanos – MNDH-PE - marcaram o Dia Nacional dos Direitos Humanos com um evento no qual se fez uma reflexão sobre Direitos Humanos e Acesso à Justiça dentro de um contexto conjuntural. O evento se deu na noite do dia 16 de agosto de 2012, no Espaço Benvirá, onde funciona a filial do GMM em Afogados da Ingazeira, Sertão do Pajeú, em Pernambuco.
Contou com a participação de lideranças jovens de Comunidades Negras Rurais Quilombolas de Afogados da Ingazeira, Carnaíba e Custódia, além de representantes de entidades parceiras do GMM, como igrejas e pastorais que trazem em suas linhas de trabalho a inclusão de grupos que estão em minoria no que tange ao acesso aos direitos da pessoa humana.
 O Dia Nacional dos Direitos Humanos, 12 de agosto, foi instituído pela Lei Federal nº 12.641 de 15/05/2012, em homenagem à sindicalista paraibana,  Margarida Maria Alves, presidenta do Sindicato dos trabalhadores Rurais de Alagoa Grande-PB,  brutalmente assassinada no ano de 1983, em decorrência de sua luta pelos direitos dos (as) trabalhadores (as).
O MNDH-PE e o Grupo Mulher Maravilha dedicaram a data a Amelinha Teles e familiares, que dia 14 de agosto conseguiram que a justiça declarasse e confirmasse oficialmente  em 2ª. Instância, o Cel. Ustra como torturador. A sentença resultou de uma Ação Declaratória, inédita, impetrada por Amelinha e sua filha Janaina. Na ação, a família Teles nada pedia a não ser o reconhe-cimento do criminoso como torturador, ele que é conhecido como figura sinistra e predominante da “casa dos horrores” durante a ditadura. Várias pessoas prisioneiras, particularmente Amelinha e familiares, foram vítimas do torturador, passando por situações humilhantes e torturas de várias formas. No processo judicial, esteve em jogo a dignidade do Estado Brasileiro diante da opinião pública nacional e internacional, pois foi julgado um agente público, remune-rado com dinheiro do povo. Isto acontece agora, num momento significativo, quando se instala e  começa a funcionar no Brasil uma Comissão da Verdade. 
Maria Amélia Teles (Amelinha) foi uma das responsáveis pela elabo-ração do Dossiê Mortos e Desaparecidos Políticos. No evento, foi lido o prefácio do dossiê, escrito por D. Evaristo Arns, que afirma a certa altura: “...um livro, vários brados, uma certeza verdadeira. Nunca mais a escuridão e às trevas, Nunca mais o medo à ditadura. Nunca mais a exclusão e à tortura. Nunca mais à morte. Um sim à vida”.
O evento foi encerrado com a canção de Geraldo Vandré “Pra não dizer que não falei das Flores” acompanhada por imagens sobre a ditadura militar.

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