terça-feira, 29 de abril de 2008

1º de Maio Dia Internacional do Trabalhador e da Trabalhadora

Em 1886, realizou-se uma manifestação de trabalhadores nas ruas de Chicago nos Estados Unidos da América. Essa manifestação tinha como finalidade reivindicar a redução da jornada de trabalho para 8 horas diárias e teve a participação de milhares de pessoas. Nesse dia teve início uma greve geral nos EUA. No dia 3 de Maio houve um pequeno levantamento que acabou com uma escaramuça com a polícia e com a morte de alguns manifestantes. No dia seguinte, 4 de Maio, uma nova manifestação foi organizada como protesto pelos acontecimentos dos dias anteriores, tendo terminado com o lançamento de uma bomba por desconhecidos para o meio dos policiais que começavam a dispersar os manifestantes, matando sete agentes. A polícia abriu então fogo sobre a multidão, matando doze pessoas e ferindo dezenas. Estes acontecimentos passaram a ser conhecidos como a Revolta de Haymarket.

Três anos mais tarde, a 20 de Junho de 1889, a segunda Internacional Socialista reunida em Paris decidiu por proposta de Raymond Lavigne convocar anualmente uma manifestação com o objetivo de lutar pelas 8 horas de trabalho diário. A data escolhida foi o 1º de Maio, como homenagem às lutas sindicais de Chicago. Em 1 de Maio de 1891 uma manifestação no norte de França é dispersada pela polícia resultando na morte de dez manifestantes. Esse novo drama serve para reforçar o dia como um dia de luta dos trabalhadores e meses depois a Internacional Socialista de Bruxelas proclama esse dia como dia internacional de reivindicação de condições laborais.

A 23 de Abril de 1919 o senado francês ratifica o dia de 8 horas e proclama o dia 1 de Maio desse ano dia feriado. Em 1920 a Rússia adota o 1º de Maio como feriado nacional, e este exemplo é seguido por muitos outros países. Apesar de até hoje os estadunidenses se negarem a reconhecer essa data como sendo o Dia do Trabalhador, em 1890 a luta dos trabalhadores estadunidenses conseguiram que o Congresso aprovasse que a jornada de trabalho fosse reduzida de 16 para 8 horas diárias.

Sem trabalho nem há cidadania. Nem há cidadania se o trabalho for extenuante, não propiciar o crescimento humano do trabalhador ou da trabalhadora. Trabalho forçado e indigno é exploração, é negar os direitos fundamentais dos homens e das mulheres.

A luta por trabalho se confunde com a luta pela diminuição das desigualdades sociais. O dinheiro obtido através do trabalho é responsável pelo pagamento da comida, do transporte, das roupas, do aluguel.... indispensáveis para viver com dignidade.

Temos que lutar por postos de trabalho que respeitem os nossos direitos. Temos que lutar para não permitir que a nossa força de trabalho continue fazendo a riqueza dos grandes proprietários de terras, empresas e fábricas. Temos que monitorar a atuação de políticos/as na defesa dos direitos. Temos que lutar por mais direitos, e não perder aqueles que já conquistamos.

A automação, a necessidade de racionalização, o capitalismo e o liberalismo, concretizado pela mínima intervenção estatal, aumentam os nossos desafios. Cabe a nós nos organizarmos e exigir que se faça vale o princípio constitucional da igualdade.

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