Os
livros oficiais contam que no dia 13 de maio de 1888 a Princesa Isabel assinou
a Lei Áurea, que findou, do ponto de vista institucional, a escravidão no
Brasil. Contudo, é necessário que se conheça mais a realidade dos fatos.
A
“história oficial” acabou por fazer da Princesa Isabel uma heroína da luta
contra a escravidão, o que não é verdade. Essa conquista é fruto da luta de
diversos(as) heróis e heroínas negros(as) escravos(as) e ex-escravos(as) que em
alguns casos deram sua vida pelo fim dessa exploração baseada no racismo e na
discriminação do povo negro.
E mais,
a abolição da escravatura oficial não significou naquele momento e até hoje, o
fim do racismo.
A
abolição foi um evento histórico que deu base para a criação do mito da
igualdade racial no Brasil. A população brasileira é extremamente miscigenada,
sobretudo com o povo negro que durante centenas de anos, construiu o país com a
força de seu trabalho, explorada de forma escrava pela burguesia brasileira.
Com base nisso, construiu-se a ideia de que todos são iguais e a presença
constante dessa concepção nas diversas Constituições brasileiras do fim do
século XIX para cá serviu para sustentar a falsa ideia de que não há
desigualdade entre negros e brancos no Brasil.
No
entanto, o mito da democracia racial mascara o destino de milhares de negros e
negras e por consequência de seus descentes que até hoje sofrem com a
exploração e com racismo. Como disse Aliado G, do grupo de rap Face da Morte:
“o que um dia foi Quilombo, hoje em dia é favela”, e desde o século XIX, a
população negra brasileira foi jogada na marginalidade, sem direito a emprego,
trabalho, moradia digna.
Hoje, a
população brasileira é na sua maioria negra, mas os(as) negros e negras são os
mais presentes na informalidade, nos índices de baixos salários e desemprego.
Assim é
mais que urgente combater a ideologia que inferioriza e discrimina a população
negra brasileira. E para as mulheres negras ficam as piores condições de
trabalho, uma grande presença no mercado da prostituição, combinando ao racismo
e à exploração, a ideologia machista que também discrimina, violenta e mata as
mulheres negras.
O Dia
13 de Maio, portanto, deve ser DIA DE LUTA CONTRA O RACISMO e lembrar que ainda
há muito o que fazer para acabar com o racismo no Brasil, e que o caminho é a
luta unida de mulheres e homens da classe trabalhadora e com Consciência Negra.
Campanha: Direitos Humanos –
Memória e Verdade